domingo, 14 de outubro de 2012

Limites do poder do estado, maconha e violência

O que é certo e o que é errado?

Liberdade de expressão é muito bom, imagino que a maioria concorda, pois esta é a base da democracia (o melhor entre os piores segundo Churchill). Mas ela é vista de formas diferentes em diferentes culturas. O Brasil vem dando passos importantes nesta direção, aparentemente convergindo para a idéia norte-americana, onde ela é defendida ao extremo. As pessoas podem sentir-se ofendidas ou violadas pela expressão do outro, mas se este for o caso, basta não dar bola, ignorar, vacinar seus filhos etc.

Contradizendo uma série de juízes no país, já faz mais de um ano que, por decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a realização dos eventos chamados “marcha da maconha”. Ocasiões que reúnem manifestantes favoráveis à descriminalização da droga. No entendimento da suprema corte os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensamento suplantam a idéia arcaica da apologia às drogas.
Nada mais correto no meu entender. Não pode existir evolução do pensamento se o exercício do pensamento não pode ser praticado, se o questionamento de uma lei não pode ser expresso.
A constituição não impede manifestação de defesa à legalização de drogas, esta foi a conclusão do STF.
A marcha da maconha não é só a manifestação de um bando que quer a liberdade de fumar seu baseado. Ela questiona o modelo proibicionista e os efeitos que esse modelo produziu em termos de incremento da violência.
A lei seca nos Estados Unidos gerou uma máfia poderosa e da mesma forma a proibição das drogas gera crime organizado no mundo todo. O México e o Brasil são exemplos incontestáveis disso.
O presidente da Guatemala defendeu um novo caminho, por acreditar que os mercados globais destas substâncias não podem ser erradicados. Segundo ele, a sociedade não acredita que o álcool ou o tabaco possam ser retirados de circulação, “mas de alguma forma supomos ser uma medida correta no caso das drogas. A repressão não diminuiu o consumo, a produção evoluiu e o tráfico se espalhou”.
Recentemente o Uruguai estatizou a produção e distribuição da maconha em uma atitude ousada e polêmica.
Os burocratas não querem admitir, mas o mundo já perdeu a guerra contra as drogas.
Bruce Michael Bagley, Ph.D. em Ciência Política na Universidade da Califórnia e consultor sobre tráfico e segurança pública declarou: “A política antidrogas é um fracasso. As drogas estão mais baratas, mais puras e mais acessíveis do que nunca. E o consumo de drogas aumenta ao redor do mundo”.
O que disse a revista Superinteressante a respeito de drogas:
- Nicotina é uma droga mais letal que a maconha e vicia com mais facilidade que a heroína.
- Derivados alucinógenos da papoula existem a mais de 8.000 anos.
- Uma das razões para a proibição da maconha foi o lobby da indústria farmacêutica, cujos produtos concorriam com a erva.
- As drogas sintéticas, fabricadas em geral nos países ricos, são as que tiveram maior aumento de consumo nos últimos anos.

Por que estou postando tudo isso? Porque não quero que o meu suado dinheiro (convertido em impostos) seja usado no combate às drogas, também não quero que seja usado em cadeias entupidas de pequenos traficantes, onde estes aprenderão a ser bandidos de verdade. Se estou pagando por isso, quero que meu dinheiro seja bem usado, na defesa de minha vida, da minha família e de nossas propriedades.

2 comentários:

  1. Acho que o verdadeiro combate às drogas começa em casa, com um bom canal de relacionamento entre pais e filhos, com fartura de carinho, com respeito e honestidade. É preciso preencher os vazios que comumente são preenchidos com as drogas. Agora, o que eu posso falar de cadeira é sobre a dependência da nicotina, pois custei a me livrar dela. E posso garantir que não existe outra forma senão pela boa vontade.

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  2. Excelente texto Paulo, de forma clara e objetiva expôs algo que levo horas pra explicar. Vivemos um tempo de ignorância extrema e precisamos combater de certa forma essa 'cegueira' em que as pessoas 'dormem' seu sono profundo. Muitas coisas precisam mudar, e é somente assim, olhando os dois lados da moeda, sempre.

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